Quem é que não tem uma história de infância pra contar que envolve o rádio? Aquela música que tocava direto e que marcou a adolescência, as tentativas de gravar melodias que eram sempre interrompidas pelo apresentador do programa, as primeiras notícias do dia sendo narradas no carro a caminho do trabalho ou, simplesmente, o aparelho de rádio antigo colocado em um móvel bonito na casa da mãe. Este importante veículo de diálogo, que existe desde 1893, tem hoje o dia dedicado a ele.
Dia 13 de Fevereiro é comemorado o Dia Mundial do Rádio, estabelecido pela Unesco (Organização para a Educação, a Ciência e a Cultura das Nações Unidas) há oito anos. O dia foi escolhido na mesma data em que se comemora a criação da Rádio ONU, existente desde 1946.
Mas, além de carregar histórias, músicas marcantes e lembranças de boas épocas, o rádio também tem outras funções e opera em alternativas não tão conhecidas, mas muito importantes. Como, por exemplo, nas escolas! As rádios educativas são uma ferramenta pedagógica da Educomunicação, que têm como objetivo proporcionar o desenvolvimento educacional a partir da experiência com a comunicação.
O processo de educar é tomado pela comunicação desde o princípio: A relação educador-educando funciona a partir da base do processo comunicacional, no qual um fala, outro responde e, assim, fica estabelecido um diálogo que se desenrola de forma natural. Com o passar do tempo e o avanço das tecnologias, as instituições educativas começaram a perceber a importância de fazer uso dos meios de comunicação no ensino, uma vez que, cada vez mais, fica difícil desassociar da aula elementos tão presentes na vida do aluno, que, hoje, muitas vezes tem acesso a um aparelho celular com internet, por exemplo.
Outro ponto muito relevante é a participação ativa do aluno durante a aprendizagem que acontece com a ferramenta do rádio em ação. Ele fica responsabilizado por parte do processo e isso desconstrói a ideia de que o estudante deve assumir uma posição passiva, em que só escuta e recebe o conteúdo. Com a rádio, ele também produz, desenvolve e idealiza na prática os conteúdos, fazendo com que todos os envolvidos sejam protagonistas do aprendizado.
Como terceiro benefício desta ferramenta pedagógica, ainda podemos citar o lugar de troca, parceria e partilha em que o aluno é colocado quando precisa realizar uma atividade em equipe que exige a comunicação entre todos os participantes. Uma escola se diferencia na competência quando permeia a era da informação e auxilia nas relações sociais, fortalecendo a expressão oral, criativa e cultural. Isso, com o rádio, é completamente possível, como afirmam as pesquisadoras Barbieri e Zuloco (2010), “Seu uso educacional pode transformar crianças e adolescentes em fazedores de cultura”.
Você, professor, coordenador e profissional atuante nas escolas: O que acha de tentar essa prática em sala de aula? Vale a pena aproveitar a data para refletir sobre a efetividade dos instrumentos pedagógicos e dar uma chance pra inovação. Não sabe como começar um projeto de rádio educativa na sua escola? Ficou interessado? Chama que a gente toma um café!
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